Trainspotting 2 está prestes a ser lançado e muitos fãs que curtiram o primeiro filme estão ansiosos por essa sequência há muito tempo.

Afinal, como esquecer a trilha sonora que se encaixava perfeitamente à trama daqueles 5 amigos de Edimburgo, sem perspectivas, com vícios e que caminhavam, lado a lado, para a autodestruição enquanto Renton narrava seus devaneios sobre a vida, o sistema e a sociedade?

Para matar as saudades, relembramos os acontecimentos do primeiro longa e contamos as novidades do segundo. Acompanhe!

Trainspotting

Em 1993, o autor Irvine Welsh lançava seu mais recente livro, intitulado “Trainspotting”. A história girava em torno de 5 amigos que lutavam para sobreviver ao que eram: escoceses. O que, para eles, nada mais era do que “o que mais baixo há, a escória da terra. O lixo mais desgraçado, infeliz, vil e patético que já foi defecado pela civilização”.

O grupo de amigos, que era viciado em heroína e outras drogas, era repleto de jovens, o que fez a trama se conectar a uma geração inteira na década de 90 que buscava viver o presente ao máximo sem pensar no amanhã, sem obrigações ou responsabilidades.

Uma geração que queria esquecer os anos controversos em que viviam frente ao fim da Guerra Fria, o declínio da URSS, o advento da internet, a explosão da pandemia do vírus HIV, as crises políticas mundiais, etc.

Não demorou muito para que o até então diretor de teatro Danny Boyle resolvesse adaptar a obra para o cinema.

Com um orçamento um pouco maior do que 1,5 milhão de libras, Trainspotting ganhou cara, cores e vida através dos personagens Mark Renton (Ewan McGregor), Spud (Ewen Bremmer), Sick Boy (Jonny Lee Miller), Tommy (Kevin McKidd) e Francis Begbie (Robert Carlyle), tornando-se um sucesso de público e angariando fãs em todo mundo.

Se você se pergunta o que transformou o longa em uma relíquia do cinema alternativo/indie, talvez precise assisti-lo de novo e imergir no mundo psicodélico proposto por Boyle durante os 94 minutos do filme.

Trainspotting é um drama que, de tão dramático, vira comédia. É um reflexo sobre as tragédias cotidianas e o vazio dos ciclos impostos pela sociedade ao qual todos estão programados a seguir.

E é essa necessidade de estar dentro do sistema e seguir os outros que o protagonista compartilha com nós, espectadores, ao mostrar a sua perspectiva sobre a narrativa durante toda a produção.

O filme se tornou controverso por seu conteúdo: mortes chocantes, assaltos, nudez frontal e o uso constante de droga pelos personagens, abordando sem hipocrisia e sem levantar bandeiras a vida excitante e sem limites que os usuários de substâncias químicas têm na visão de Mark. Assim, a história vai acompanhando-o enquanto ele tenta se livrar do vício e voltar ao mundo real.

E é justamente graças à luta interna de Renton, que quer largar a heroína, mas, ao mesmo tempo, a trata como uma velha amiga, que somos presenteados com atuações excelentes sobre as recaídas, as crises de abstinência e a constante ânsia por algo que dê sentido à sua vida.

Como esquecer a cena escatológica da privada que reúne suas alucinações e luta para pôr fim ao vício? A trama ainda vai além e também explora os conflitos do protagonista e suas opiniões duvidosas sobre aqueles que ele considera seus amigos, sobre seus pais, sobre movimentos sociais e a garota por quem se apaixona em uma boate.

A história evolui e mostra Mark alguns anos depois trabalhando como corretor na capital inglesa, longe das drogas, quando é novamente arrastado para o universo caótico de suas amizades.

O ato final do filme reúne ele, Spud, Sick Boy e Begbie após a morte de Tommy. Eles pretendem vender a droga comprada de dois marinheiros russos a um traficante em Londres, que acaba pagando 16 mil libras pela mercadoria.

A princípio, todos decidem que dividirão a grana, mas a ganância e os constantes conflitos com os demais fazem com que Renton passe a perna em todos e fuja com o dinheiro, prometendo se tornar outra pessoa, alguém metódico e dentro do sistema, exatamente como quem assiste ao filme.

Trainspotting 2

“Escolha a vida. Escolha o Facebook, Twitter, Instagram, e torça para que alguém se importe”. – Mark Renton

Para a surpresa e a felicidade do legado de fãs que o primeiro longa deixou, a sequência de Trainspotting foi confirmada 20 anos depois para celebrar um reencontro com os personagens que marcaram o cinema alternativo na década de 90.

Nesse segundo filme, duas décadas também se passaram e muitas coisas mudaram, embora outras permanecem exatamente as mesmas quando Renton deixou a Escócia.

Agora de volta, e aparentemente livre das drogas, ele terá que lidar com assuntos mal resolvidos com os amigos de longa data, em especial Sick Boy e Begbie, que esperavam ansiosos pela chance de acertar as contas.

Além disso, no único lugar que ele considera um lar, outros sentimentos do passado retornaram, como ódio, amor, desejo, autodestruição, arrependimento e vingança.

Em Trainspotting 2, todo o elenco original — Ewan McGregor, Ewen Bremmer, Jonny Lee Miller e Robert Carlyle — retorna para reinterpretar seus personagens sob a direção de Danny Boyle, que adaptou os acontecimentos de outro livro do autor Irvine Welsh, chamado “Porno”.

Contudo, como o próprio Welsh informou em uma conversa com o público e jornalistas durante o Encontros GLOBO aqui no Brasil, no Rio de Janeiro, ele e o diretor fizeram algumas mudanças para tornar a trama mais contemporânea.

O filme está previsto para ser lançado nos dias 27 de janeiro, no mercado britânico, 3 de fevereiro, no mercado norte-americano, e a partir do dia 10 de fevereiro em todo o mundo. Em terras tupiniquins, o longa é previsto para o dia 16  de fevereiro de 2017. Haja ansiedade, não é mesmo?

Trainspotting não foi um filme clichê com frases manjadas, mas um enredo que retratava o cotidiano e os motivos — ou falta deles — que levavam os jovens a se sentirem vazios, a estarem cansados das escolhas impostas, da vida programada e padronizada que lhes era determinada. Trainspotting 2 abordará justamente os resultados quando se decide segui-la e promete fazê-lo com a mesma maestria da primeira vez.

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